domingo, 9 de setembro de 2007

O poeta e eu


Busco, a cada dia, tornar-me uma "minimalista", ou seja, viver o "tempo me dado prá mim nesta Terra" apenas, com o necessário. Creio que, assim, terei mais tempo para desfrutar verdadeiramente de tudo que gosto. Se não preciso administrar coisas inúteis, conseguirei desfrutar a vida de uma forma realmente prazerosa. Além disto, estou exercitando o desapego - o que me faz mais leve e feliz.

Como primeira providência, estou catalogando os livros que possuo, relendo alguns e descartando outros.

Assim, deparei-me com os quatro volumes das "Brumas de Avalon", grande sucesso editorial alguns anos atrás.

Nos agradecimentos feitos pela autora – Marion Zimmer Bradley – ela nos diz que "um livro desta complexidade leva seu autor a fontes muito numerosas para que sejam exaustivamente relacionadas. Devo citar, em primeiro lugar, meu falecido avô, John Roscoe Conklin, que me deu um velho e usado exemplar da edição de Tales of King Arthur, de Sidney Lanier, que li tanto a ponto de chegar a decorá-lo, antes de ter dez anos de idade. Minha imaginação também foi estimulada por fontes diversas, como o semanário ilustrado Tales of Prince Valiant: e aos 15 anos eu fazia gazeta na escola com muito mais freqüência do que se pensava, indo esconder-me na biblioteca do Departamento de Educação, em Albany, no Estado de Nova Iorque, para ler a edição de dez volumes do The Golden Bought, de James Frazer, e uma coleção de quinze volumes sobre religiões comparadas, inclusive um enorme livro sobre os druidas e as religiões celtas."

Quando terminei de ler este parágrafo, lembrei-me, imediatamente de uma Gramática da Língua Portuguesa que chegou às minhas mãos alguns dias atrás e, que pertencera a uma aluna da sétima série. Na primeira página da mesma, havia o desenho de uma grande folha da "Canabis Sativa" e várias frases pedindo a liberação da mesma. Não pude deixar de comparar a diferença de interesses. Tenho convivido com alunos de colégios públicos e particulares e, constato, estarrecida, que estamos vivendo um genocídio cultural. Não há nenhuma preocupação com o aprender e nenhum encantamento com esta coisa maravilhosa e salvadora que é a literatura.

O que será de nós? O que será deles? Embrutecidos pelo consumo, pelas drogas lícitas e ilícitas, certamente nunca terão o prazer de ler os quatros volumes desta obra maravilhosa que é "Brumas de Avalon".

Deixo com vocês a foto da minha visita ao velho poeta.

2 comentários:

gerardcosta disse...

Também li As Brumas...muita poesia,muita magia.Quanto ao mundo atual, temos que semear muito amor para tentar equilibrar a balança.Diante de tantos males, devemos fazer nossa parte, assim com faz Safira: uma pessoa maravilhosa, sensível, simpatica e afetuosa.

BeBel disse...

Eu também li as Brums de Avalon, eu morava em Caratinga e quando anoitecia o silêncio era maravilhoso onde eu morava. Em vez da televisão eu lia, li muito naquele período, foram quase 10 anos! Foi tão bom! Muitas vezes não conseguia dormir tal o interesse que algumas leituras me despertavam. Bons tempos! Meus filhos são assim, leêm muito mesmo. Beijos e obrigada por me recordar épocas agradáveis!!!! Hoje nessa cidade confusa é difícil concentração.