Neste sábado nublado, pelo menos aqui em Juiz de Fora, desejo compartilhar com vocês, dois poemas do Bertold Brecht - um homem que passou a vida inteira buscando justiça e, que por isto, tornou-se um nômade. Foi, também, além de um grande teatrólogo um poeta maravilhoso.
Quando constatamos a importância de um intelectual, como o Bertold Brecht, na luta contra o nazismo, só podemos agradecer ao Universo, existirem pessoas, que através da Arte, tentaram transformar este planeta em um lugar habitável por todos. Neste momento, em que a individualidade é cantada em prosa e verso, não certamente, pelos poetas, é necessário que a humanidade trilhe uma estrada onde a gentileza, a confiança sejam a regra e não a exceção.
Quando no quarto branco do hospital
Quando no quarto branco do hospital
Acordei certa manhã
E ouvi o melro, compreendi
Bem. Há algum tempo
Já na tinha medo da morte. Pois nada
Me poderá faltar
Se eu mesmo faltar. Então
Consegui me alegrar com
Todos os cantos dos melros depois de mim.
***
Se fôssemos infinitos
Fôssemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece.
***
Algumas vezes, penso como o mundo seria horrível se não existissem poetas, escritores músicos ou pássaros. E fico intrigada com o ar um pouco blasé e, ás vezes, irônico, com que algumas pessoas se referem aos jovens que optam por carreiras ligadas ao segmento das Artes ou Humanidades. Até mesmo o magistério, profissão que deveria estar sempre em alta, é aviltada de todas as maneiras. Conheço professores, hoje aposentados, que recebem uma aposentadoria tão ínfima, que não dá para comprar medicamentos necessários a uma vida melhor. Enquanto isto, os Cursos de Direito proliferam de uma maneira espantosa. Mesmo que alguns, após a formatura grafem a palavra hora como “ora” ou semestre como “simestre”. Sei que muitos escolheram esta profissão porque têm vocação, porém, outros estão encantados pelo “canto da sereia” dos altos salários. Entretanto, por mais tolerante que procure ser , não consigo entender aonde uma sociedade vai chegar, tendo como lógica a exclusão institucionalizada. Por que um juiz ganha tanto? E um médico, um professor, um trabalhador, etc.são obrigados a viver com tão pouco? E, apesar de possuir profissionais tão bem remunerados, o judiciário brasileiro está cada vez mais cego, surdo e mudo para a grande maioria da população, que por coincidencia, é a parte excluída do banquete da vida.
Quando no quarto branco do hospital
Acordei certa manhã
E ouvi o melro, compreendi
Bem. Há algum tempo
Já na tinha medo da morte. Pois nada
Me poderá faltar
Se eu mesmo faltar. Então
Consegui me alegrar com
Todos os cantos dos melros depois de mim.
***
Se fôssemos infinitos
Fôssemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece.
***
Algumas vezes, penso como o mundo seria horrível se não existissem poetas, escritores músicos ou pássaros. E fico intrigada com o ar um pouco blasé e, ás vezes, irônico, com que algumas pessoas se referem aos jovens que optam por carreiras ligadas ao segmento das Artes ou Humanidades. Até mesmo o magistério, profissão que deveria estar sempre em alta, é aviltada de todas as maneiras. Conheço professores, hoje aposentados, que recebem uma aposentadoria tão ínfima, que não dá para comprar medicamentos necessários a uma vida melhor. Enquanto isto, os Cursos de Direito proliferam de uma maneira espantosa. Mesmo que alguns, após a formatura grafem a palavra hora como “ora” ou semestre como “simestre”. Sei que muitos escolheram esta profissão porque têm vocação, porém, outros estão encantados pelo “canto da sereia” dos altos salários. Entretanto, por mais tolerante que procure ser , não consigo entender aonde uma sociedade vai chegar, tendo como lógica a exclusão institucionalizada. Por que um juiz ganha tanto? E um médico, um professor, um trabalhador, etc.são obrigados a viver com tão pouco? E, apesar de possuir profissionais tão bem remunerados, o judiciário brasileiro está cada vez mais cego, surdo e mudo para a grande maioria da população, que por coincidencia, é a parte excluída do banquete da vida.
Quando constatamos a importância de um intelectual, como o Bertold Brecht, na luta contra o nazismo, só podemos agradecer ao Universo, existirem pessoas, que através da Arte, tentaram transformar este planeta em um lugar habitável por todos. Neste momento, em que a individualidade é cantada em prosa e verso, não certamente, pelos poetas, é necessário que a humanidade trilhe uma estrada onde a gentileza, a confiança sejam a regra e não a exceção.
E não poderia terminar, sem lembrar do nosso Poetinha que dizia "porque hoje é sábado, há criancinhas que não comem/porque hoje é sábado, os bares estão repletos de homens vazios..."
Um bom final de semana.
PS - A autoria da foto é da minha querida amiga Fabi que "está preparando outra pessoa..."