“Estamos diante de um dos maiores desafios do mundo moderno, que é controlar o consumo”
Fábio Feldman
Quando saí da Churrascaria onde almocei, um dia destes com uma amiga, lembrei-me imediatamente da frase acima. Pois apesar da excelência do cardápio oferecido, fiquei abismada com a quantidade de itens oferecidos. Havia todos os tipos de carne, peixe, camarão, etc. Como a gula é um pecado genial, sempre comemos além da conta. E, sempre saímos dali com a sensação de arrependimento, pois “os olhos são maiores do que a barriga” como ouvi sempre na infância.
De volta para casa não “havia uma pedra no meio do caminho”, mas sim, um homem catando comida no lixo. Como sempre, essas cenas me deixam muito triste.
Creio que além do consumo de muitas coisas materiais, devemos também, controlar a indiferença em relação a tantos problemas sérios como a fome, o subemprego, a corrupção que drena bilhões e bilhões de recursos que poderiam ser investidos em escolas decentes, hospitais dignos e moradia adequada. Temos que parar de achar que “Deus quer assim” ou “que sempre houve injustiças”. Um dia não havia anestesia e imagine as dores que as pessoas sofriam para arrancar um dente, por exemplo. Entretanto, descobriu-se na própria natureza substâncias que evitam a dor, quando a supressão da mesma é necessária. Existe tanto a fazer, porém ainda não achamos o caminho ou a forma de começarmos a mudar este mundo. A Humanidade já avançou em muitos aspectos e continuará avançando, entretanto, precisamos entender que fazemos parte de um todo e ajudar para que a soma das parcelas seja igual ao resultado.
E é maravilhoso recordarmos o poeta Castro Alves, jovem que nos deixou aos 24 anos e, que apesar de viver em uma fazenda tão longe da civilização, conseguiu desenvolver uma crítica social intensa, além de criar poemas maravilhosos, como o verso abaixo, que inicia o poema “Vozes d`África”
.***
Deus! Ó Deus, onde estás que não respondes!?
Em que mundo, em qu`estrela tu t´éscondes,
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?
***
E para terminar voltamos ao século XX para encontrarmos outro poeta, que também partiu cedo – Renato Russo.
***
“Quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante”
Fábio Feldman
Quando saí da Churrascaria onde almocei, um dia destes com uma amiga, lembrei-me imediatamente da frase acima. Pois apesar da excelência do cardápio oferecido, fiquei abismada com a quantidade de itens oferecidos. Havia todos os tipos de carne, peixe, camarão, etc. Como a gula é um pecado genial, sempre comemos além da conta. E, sempre saímos dali com a sensação de arrependimento, pois “os olhos são maiores do que a barriga” como ouvi sempre na infância.
De volta para casa não “havia uma pedra no meio do caminho”, mas sim, um homem catando comida no lixo. Como sempre, essas cenas me deixam muito triste.
Creio que além do consumo de muitas coisas materiais, devemos também, controlar a indiferença em relação a tantos problemas sérios como a fome, o subemprego, a corrupção que drena bilhões e bilhões de recursos que poderiam ser investidos em escolas decentes, hospitais dignos e moradia adequada. Temos que parar de achar que “Deus quer assim” ou “que sempre houve injustiças”. Um dia não havia anestesia e imagine as dores que as pessoas sofriam para arrancar um dente, por exemplo. Entretanto, descobriu-se na própria natureza substâncias que evitam a dor, quando a supressão da mesma é necessária. Existe tanto a fazer, porém ainda não achamos o caminho ou a forma de começarmos a mudar este mundo. A Humanidade já avançou em muitos aspectos e continuará avançando, entretanto, precisamos entender que fazemos parte de um todo e ajudar para que a soma das parcelas seja igual ao resultado.
E é maravilhoso recordarmos o poeta Castro Alves, jovem que nos deixou aos 24 anos e, que apesar de viver em uma fazenda tão longe da civilização, conseguiu desenvolver uma crítica social intensa, além de criar poemas maravilhosos, como o verso abaixo, que inicia o poema “Vozes d`África”
.***
Deus! Ó Deus, onde estás que não respondes!?
Em que mundo, em qu`estrela tu t´éscondes,
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?
***
E para terminar voltamos ao século XX para encontrarmos outro poeta, que também partiu cedo – Renato Russo.
***
“Quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante”
3 comentários:
concordo que o desperdício é irmão da falta de senso. Olhar pro lado, dói, machuca e é extremamente constrangedor. No Brasil, são poucas as pessoas que se preocupam com isso. Os nossos governantes não querem saber dos catadores de lixo, das domésticas, das cestas básicas que não chegam aos lares, dos necessitados espirituais e físicos, enfim da única população que precisa de força e reforço. Os carentes de quase tudo. Beijos e continue postando as suas experiências, é bom ler e comentar.
Prezada Safira, gosto do que você escreve pois o objeto de sua atenção é muito importante, assim como suas conclusões. Vejamos: é uma tolice pensar em ter e consumir em escala infinita, os recursos naturais não comportam um modelo econômico baseado nesta premissa; se a sociedade não for viável para todos, não será para a minoria rica (as reformas que a sociedade brasileira precisa ainda não foram feitas porque ainda não existe medo dos miseráveis suficiente na sociedade). Safira você está com toda a razão. A sensibilidade é também uma forma de perceber e usar a inteligência. Escreva mais para que não percamos a esperança, ou que resta dela.
Prezada Safira, gosto do que você escreve pois o objeto de sua atenção é muito importante, assim como suas conclusões. Vejamos: é uma tolice pensar em ter e consumir em escala infinita, os recursos naturais não comportam um modelo econômico baseado nesta premissa; se a sociedade não for viável para todos, não será para a minoria rica (as reformas que a sociedade brasileira precisa ainda não foram feitas porque ainda não existe medo dos miseráveis suficiente na sociedade). Safira você está com toda a razão. A sensibilidade é também uma forma de perceber e usar a inteligência. Escreva mais para que não percamos a esperança, ou que resta dela.
Postar um comentário